PROJECTO XVI / CASA DA MÚSICA - PORTO | Fotografia

AMÉRICO SILVA
Galeria Espaço Artever
de 20 de Outubro a 20 de Novembro de 2007

A contaminação dos sentidos
Da obra fotográfica, de Américo Silva, julgamos poder afirmar que a fotografia é o pretexto e não o fim. É o pretexto porque é o meio para veicular uma ideia e não o meio para fixar um momento.Este seu trabalho resulta, não de exercícios, mas antes da assunção de um modo de construir.E assim se torna maior o resultado obtido. Torna-se obra.Esta ideia de montagem a partir de objectos reconhecíveis e obtidos segundo um certo ponto de vista (o do autor) conferem uma outra “alma” ao objecto representado/apresentado. Trata-se de uma nova proposição de realidades que já antes tinham sido evocadas.Neste conjunto, agora reunido no espaço artever, sob o título “Projecto XVI - Casa da Música Porto”, vislumbram-se algumas composições simétricas, que continuam trabalhos já antes realizados, mas quando animados com personagens humanas sente-se o contraditório. No entanto, noutras, nota-se um “descolar” desse modelo quando o objecto “fixado” se duplica em deslocamento ou se prolonga em movimentos ondulantes. Curiosamente, e talvez por se tratar da Casa da Música, pressente-se como que uma melodia ritmada. Sentimos a sonoridade pelo olhar. Nota-se, ainda, uma ideia de brisa que ondeia em volta de tudo.Se as obras anteriores, de Américo Silva, se impunham pela visão, estas obras, impõem-se pela contaminação dos sentidos.
Amadora, Setembro de 2007
José Mourão.

RECANTOS DA MEMÓRIA OU A POÉTICA AOS QUARTOS E CANTOS | Pintura e Desenho

JOSÉ MOURÃO
Galeria Espaço Artever
de 8 de Dezembro a 31 de Dezembro 2007

Recantos da Memória ou a
Poética aos Quartos e Cantos
A Memória liberta e prende simultaneamente.
Liberta quando já não se sente o vínculo com o momento vivido.
Quando não nos obriga.
Prende quando se aviva aquilo que nos surge recorrentemente.
Quando nos incomoda.
A Memória canta e conta.
Canta aos quatro cantos, só, o que queremos.
Conta como quartos de tempo ou quartos no tempo.
Ela fixa a ideia que fazemos daquilo que por nós vai passando.
É nesse Recortar do tempo que se Regista a essência.
Há como que Recantos com coisas.
Coisas que nos ajudam a viver.
Coisas que deixam de ser nossas e passam a um ser indeterminado.
E para cada um de nós há um modo de o plasmar.
O meu, sem desejo nem dormência, foi este,
pintando e desenhando.
Amadora, Novembro de 2007 | José Mourão
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MESTRE DE FILOSOFIA O MEU GATO MIA | Pintura

JOÃO SILVA
Galeria Espaço Artever
de 22 de Julho a 31 de Agosto de 2007

Há mais de uma vintena de anos que acompanhamos o percurso do João Silva na pintura (tanto no Artever como em outras situações). E por isso vamos tentar (com conhecimento do autor) organizar algumas ideias.
Devido ao facto de não ter tido uma formação académica, ou próxima, e de não ter tido a tentação de uma representação que se aproxime da realidade “olhada”, João Silva, criou um universo pictórico que o distingue. Particularmente as suas paletas. O que só abona na genuinidade de quem sente um forte impulso para se expressar por meio da pintura.
Ao fintar as armadilhas representativas acertou, em cheio, num universo de sonho materializado em ténues vestígios de qualquer coisa. A coisa é a própria pintura. Apesar de nos presentear com a presença de diversos objectos e temas, aquilo que nos motiva não é a análise racional do seu conteúdo, mas antes, a estimulação das emoções. Não ficamos indiferentes ao que se encontra representado, mas o que mais nos atrai, no seu trabalho, são as sensações que nos provoca.
As paletas (cinzentas) terão a sua razão no emprego de cores muito contaminadas de branco e preto. E é essa impureza que torna puro o seu discurso.
Apesar de se notar alguma ingenuidade em diversos aspectos da sua obra, esta, não é uma pintura “Naif”. Digamos, antes, que é uma pintura de erudição simplificada.
Quando nos confrontamos com o título da exposição, ”mestre de filosofia meu gato mia”, emprestado de Agostinho da Silva, por quem o João Silva nutre uma enorme admiração, pensamos confirmar o que atrás sugerimos.
E quem mira a pintura como coisa, não chia, nem mia.
Amadora, Julho de 2007 | José Mourão


Todos os dias repetem o mesmo dia, constantemente,deslocado do eixo da realidade.
A pintura é a direcção que os ponteiros do relógio indica,
o rasto entre a mecânica mental e o gesto intemporal.
Cada camada de tinta na sua especificidade, livre do sentido
global, adquire discurso dissonante. Mas se por um lado a sua
sonoridade rítmica desequilibra o pulsar de toda a estrutura,
por outro, confere-lhe o sangue da inquietação.
O que será a minha pintura daqui a uns tempos?
Visto que a escala da criação artística está interligada com a da
minha existência, a única certeza é de que o único trajecto
imutável é o tempo à volta do seu descobrimento.
João Silva, 2007

A MÚSICA DO TEMPO | Desenho e Pintura

RICHARD DE LUCHI
Galeria Espaço Artever

de 26 de Maio a 26 de Junho de 2007


Nesta exposição do Richard de Luchi assistimos ao regresso a práticas caídas em desuso. Mas reconstruídas. Onde, o objecto físico, não coincide com o objecto mental.
Há neste conjunto de obras, como que uma visitação a um outro tempo. Como anteriormente outros autores o fizeram. Os pré-rafaelitas, também ingleses, serão disso exemplo.
As técnicas de desenho a carvão, a pintura/desenho a pastel (seco ou de óleo) e a pintura a óleo, são hoje ainda praticadas, mas não na sua pureza primeira.
As temáticas da paisagem e da natureza morta, foram exploradas, quase até à exaustão. Mas não esgotaram as possibilidades de virem a ser recuperadas.
A vertigem desta nossa época, contrapõe-se a procura da calma do tempo. A procura da tranquilidade. A procura do ideal. A procura do intemporal.
E é na apreensão das coisas singelas que poderemos encontrar a dimensão desta mostra, que nos é proposta, sobre o título de “ A Música do Tempo”.
Amadora, 12 de Maio de 2007
José Mourão

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REVIVER | Pintura

MARINA DOS SANTOS

Galeria Espaço Artever
de 24 de Março a 23 de Abril de 2007

 

Reviver o discurso pictórico da Marina é reavaliar o que é Pintar, Repintar, Usar e Reutilizar. Não como verbos, mas sim, como modelos.
E é por isso que se tenta encontrar palavras que sublinhem a dimensão de uma prática do indizível.
É nesta forma de ver, que se amplia o termo REVIVER. Se, se atentar nota-se ser uma das nossas palavras “simétricas”. Será fazendo a experiência de a ler, em qualquer dos sentidos (literais e outros), que o perceberemos.
A analogia, encontra-se no gesto simétrico da Marina.
Da esquerda para a direita e da direita para a esquerda, de forma ambidestra.
Mas, no fundo, é a cabeça que manda. E essa peculiaridade beneficia da aparente contradição entre o impulso e a razão.
Pouco importa o que está representado o que importa é o que se vê e o que se sente.
E este trabalho é, por certo, para se sentir muito. Direi mais, é para se sentir tudo e nada e em todo ele se REVIVER.
Amadora, Março de 2007
José Mourão
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COLECTIVA DE SÓCIOS | Pintura

CORCEIRO
EDUARDO ABRANTES
HENRIQUE FARIA
JOÃO SILVA
JOAQUIM LOURENÇO
JOSÉ MOURÃO
MARINA DOS SANTOS
MARTA PICHEL
SUSANA MOURÃO


Galeria Espaço Artever
de 8 a 21 de Março de 2007

A presente exposição “Colectiva de Pintura em Pequeno Formato”,
com trabalhos de 9 sócios inicia o programa de mostras a realizar este ano,
de 2007, no Espaço Artever.
A Direcção